Dormir bem é tão essencial para a saúde quanto alimentar-se bem ou praticar atividade física. A insônia — dificuldade para iniciar ou manter o sono, ou despertar muito cedo com sensação de sono não restaurador — passa de sintoma ocasional a transtorno quando ocorre pelo menos três noites por semana, durante três meses ou mais, com impacto perceptível no funcionamento diurno.
Aguda (transitória): dura dias ou poucas semanas, geralmente associada a estresse, viagens ou doenças passageiras.
Crônica: persiste por ≥ 3 meses; subdivide-se conforme a queixa predominante em
Inicial (demora para adormecer),
Manutenção (despertares frequentes) e
Terminal (acordar precoce).
Secundária / comórbida: acompanha condições como depressão, ansiedade, dor crônica, apneia do sono ou uso de substâncias.
Estima-se que 10 % a 30 % da população mundial experimente insônia crônica em algum momento da vida; no Brasil, estudos apontam prevalência próxima a 15 %. O problema aumenta o risco de fadiga, acidentes, hipertensão, depressão e absenteísmo — gerando altos custos pessoais e econômicos.
Terapia Cognitivo-Comportamental para Insônia (TCC-I): reestrutura pensamentos disfuncionais, ajusta hábitos e condiciona o corpo a associar a cama ao sono. Programas digitais validados (apps e portais web) ampliaram o acesso a esse método.
Higiene do sono: controle de estímulos, horário regular, ambiente adequado e redução de cafeína/álcool.
Hipnóticos sedativos clássicos (benzodiazepínicos, “Z-drugs”): eficazes no curto prazo, mas com risco de dependência, quedas e ressaca diurna.
Sedativos alternativos (trazodona, mirtazapina, anti-histamínicos, melatonina): benefícios moderados; escolha depende de perfil clínico.
Antagonistas duplos de orexina (DORA) — como suvorexanto, lemborexanto e daridorexanto (não disponíveis no Brasil) — oferecem sono mais fisiológico com menor risco de dependência, figurando como segunda opção quando a TCC-I isolada não basta.
Bloqueadores seletivos de orexina-2 (seltorexanto), canabinoides, agonistas de melatonina MT2 e dispositivos vestíveis que estimulam sono profundo estão em estudo, sinalizando um futuro de tratamentos mais personalizados.
Agora que você já sabe alguma coisa sobre insônia, avalie como anda o seu sono. Responda as questões abaixo: